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PMs em greve começam a deixar prédio da Assembleia


Depois de uma madrugada de tensão nesta quinta-feira (9), policiais militares amotinados começam a deixar o prédio da Assembleia Legislativa, onde estavam acampados. Ônibus estacionados ao lado da Casa Legislativa transportarão os cerca de 300 policiais e familiares que estavam no prédio desde 31 de janeiro.

O líder do movimento grevista e presidente da Associação de Policiais e Bombeiros (Aspra), Marco Prisco, deve ser um dos últimos a deixar o prédio. A informação foi divulgada pelo advogado do grupo, Rogério Andrade, ainda na madrugada de hoje. A saída do prédio, porém, não significa necessariamente o fim da greve, alertam PMs.

Antes de deixar o Centro Administrativo, os policiais passam por uma revista onde soldados do Exército analisam se há um pedido de prisão em aberto. Até as 6h45, nenhum PM havia sido detido. Três policiais militares abandonaram o prédio ainda durante a madrugada. Alguns saem em motos e carros particulares, acompanhados de familiares que acompanhavam a ocupação acampados nos jardins do Centro Administrativo.
A decisão de abandonar o prédio ocorre após o líder grevista Marco Prisco ter sido flagrado conversando com um colega grevista e tratando de ações de intimidação como queima de viaturas e fechamento de rodovias. As gravações também trazem um cabo bombeiro do Rio de Janeiro, que está na Bahia, falando sobre a expansão do movimento para outros estados. As gravações, autorizadas pela Justiça, foram exibidas nesta quarta-feira (8) no "Jornal Nacional", da Rede Globo.

Prisco aparece em uma conversa com o colega David Salomão mandando descer "toda a tropa para cá". "Eu vou queimar viatura... eu vou queimar duas carretas agora na Rio-Bahia, que não vai dar tempo...", diz David. "Fecha a BR, fecha a BR aí, meu irmão", responde Prisco. Durante a greve, um ônibus escolar foi queimado em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. Motoqueiros armados retiraram os alunos e atearam fogo em seguida. Ninguém ficou ferido. Viaturas também tiveram os pneus furados.
 
Líder da greve foi flagrado em conversas tratando de suposta expansão da greve
A outra conversa trata da expansão do movimento grevista pelo país e da possibilidade de segurar o fim da greve na Bahia enquanto esta não começa no Rio de Janeiro. "Pergunta à pessoa importantíssima que está aí qual a possibilidade de nós passarmos em segundo turno na semana que vem?", questiona o cabo carioca Benevenuto Daciolo, falando sobre uma possível votação da PEC 300, que trata da criação de um piso nacional para PMs e bombeiros.

"Não sei se o senhor sabe. Eu estou com uma Assembleia Geral amanhã, no Rio de Janeiro, uma greve geral no Rio também, com probabilidade de não ter carnaval nem na Bahia nem no Rio esse ano", continua Daciolo, falando com um interlocutor não identificado. "São Paulo está para dar uma resposta agora e outros estados também".

A última gravação é entre Daciolo e uma mulher também não identificada, que pede que ele aconselhe os grevistas baianos a não encerrarem o movimento agora. "Daciolo, presta atenção. Está errado fechar a negociação agora antes da greve do Rio", ela diz. "Eles não querem que você avalize um acordo antes da greve do Rio", continua a mulher.
O cabo do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro Benevenuto Daciolo foi preso na noite desta quarta-feira (8) por cometer crime militar. De acordo com a Defesa Civil do estado, o cabo ficará preso administrativamente por 72 horas até que a Justiça decrete a prisão preventiva dele.
Greve na Bahia
A greve de PMs na Bahia começou no dia 31 de janeiro. Desde então, aumentaram casos de arrastão e o número de homicídios em Salvador e Região Metropolitana já chega a 135. As negociações entre governo e grevistas estão paradas desde ontem, quando as partes entraram em um impasse. Os líderes grevistas querem que os mandados de prisão contra eles sejam retirados e discordam do escalonamento para o pagamento do GAP IV e GAP V. 
"Policiais militares baianos estão sendo acusados de praticar atos que não fizemos", disse Prisco por telefone ao "JN". Ele nega o vandalismo e ações criminosas. O governador Jaques Wagner diz que as prisões são assunto do judiciário.
O cabo Daciolo, procurado pelo jornal, disse não se lembrar das conversas e disse estar participando de um movimento pacífico na Bahia.

Postado Por News SAJ
Informações Correio

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